Eleições no Equador: Luísa González, a Candidata de Esquerda que Desponta como Favorita nas Pesquisas

Por Kátia Costa

No próximo domingo, dia 15, os equatorianos dirigem-se às urnas para eleger seu próximo presidente, cujo mandato se estenderá até 2025. A candidata mais destacada é Luísa González, uma advogada e membro proeminente do movimento de centro-esquerda chamado Revolución Ciudadana.

Luísa González, nascida em Quito em 22 de novembro de 1977, traz consigo uma carreira política diversificada. Além de sua atuação como advogada, ela foi deputada e ocupou cargos ministeriais no governo de Rafael Correa, incluindo os de Trabalho e Turismo. Seu papel no Revolución Ciudadana solidificou-se, ganhando o primeiro turno das eleições presidenciais com 33% dos votos. González é a representante da esquerda equatoriana e tem o respaldo do ex-presidente Rafael Correa, que atualmente está exilado na Bélgica, alegando ser vítima de lawfare.

A candidatura de González carrega consigo a esperança de uma mudança política significativa no país. Caso seja eleita, ela se tornará a primeira mulher presidente do Equador, marcando um possível retorno aos governos de esquerda que foram interrompidos em 2017 com a ascensão de Lenín Moreno, que traiu as raízes progressistas para liderar um governo de orientação neoliberal.

González promete resgatar e revitalizar os programas sociais implementados por seu padrinho político, Rafael Correa, durante seus dois mandatos presidenciais entre 2007 e 2017. Sua trajetória política inclui uma eleição para a Assembleia Nacional em 2021, representando a Província de Manabi, bem como funções relevantes, como secretária nacional do Parlamento Andino e secretária geral da Intendência de Compañías de Quito.

No entanto, o cenário eleitoral está longe de ser claro. As pesquisas indicam uma disputa acirrada, com González liderando recentemente com 51%, enquanto Noboa, seu oponente, conta com 49%. Cabe destacar que pesquisas anteriores em setembro mostravam Noboa na dianteira, com 44%, em comparação com os 42% da candidata de esquerda. Vale ressaltar que as pesquisas do primeiro turno mostraram-se imprecisas, subestimando significativamente o desempenho de Noboa.

O candidato de direita, Noboa, enfrenta desafios consideráveis. Além de sua inexperiência na administração pública, ele precisa superar as críticas sobre a possibilidade de repetir os erros de seu antecessor. Enfrentando um congresso majoritariamente de esquerda, ele enfrenta obstáculos semelhantes aos de Lasso, que recorreu à morte cruzada para evitar um impeachment no primeiro semestre.

O cenário político equatoriano é complexo, com a possibilidade de uma vitória correísta significando a volta aos governos de esquerda, enquanto a eleição de Noboa traria desafios consideráveis, dada a polarização do congresso. Resta aguardar o veredicto das urnas e observar o rumo que a política equatoriana tomará sob a liderança da candidata Luísa González ou do concorrente Noboa.

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